Cidade - Caixas Eletrônicos podem apresentar problemas

17/04/2012 11:16

 

Ao se aproximar de em um caixa eletrônico para efetuar um saque, alguns cuidados devem ser tomados. Nunca é de mais olhar para os lados, conferir se está sendo seguido ou se alguém observa você digitar a senha e retirar a quantia da máquina. Os próprios equipamentos advertem, através de frases em letras garrafais, para não aceitar ajuda de estranhos, na tentativa de resguardar o cliente da maldade e malícia humana.


Nenhum alerta é feito, entretanto, com relação à falta de segurança e precisão dos caixas eletrônicos. As agências não informam a seus correntistas que essas geringonças podem cometer falhas e lesar os bolsos dos clientes.
A fisioterapeuta Noêmia Prates teve a constatação da pior maneira possível. Ela solicitou um saque no valor de R$ 1.200, em um caixa eletrônico do Bradesco, localizado na Pituba, mas ao conferir a quantia tinha apenas R$ 700. A primeira providência foi procurar a sua agência para relatar o fato e exigir o reembolso do restante.
 
“Expliquei a situação para o gerente, que comprovou através do extrato o erro e depois regularizou a situação. Tive o meu dinheiro de volta, mas não deixa de ser uma dor de cabeça e um constrangimento você ter que parar o seu dia para resolver um erro que não foi seu. Imagina quanto tempo eu perdi em uma agência para solucionar esse problema? Tempo em que eu poderia estar trabalhando, ganhando dinheiro. Além disso, por que a máquina não erra pra mais, só pra menos?”, reclamou.

A mesma sorte não teve a jornalista Catiane Fontes, que efetuou um saque de R$ 1.500 em um caixa eletrônico BDN (Bradesco Dia e Noite) localizado no Hiper Bom Preço da Garibaldi, mas a máquina só distribuiu R$ 600.
“Saíram 30 cédulas de R$ 20, como se fosse de R$ 50. Fiquei apavorada achando que o restante estivesse preso na máquina, mas quando me dei conta de que não estava, liguei imediatamente para os números que apareciam na tela. A burocracia é grande, pois a ouvidoria só atende clientes com protocolo do SAC. Este, por sua vez, diz que não é com ele. É um jogo de empurra terrível e um festival de informações desencontradas. 

Liguei para a empresa que administra o equipamento e a atendente me informou que não trata diretamente com o cliente, só com o banco. Procurei a agência e para a minha surpresa fui informada que ela não reconhece o caixa eletrônico como do Bradesco e sim como 24 Horas, não sendo, portanto, de responsabilidade dele o estorno da operação”, relata.
 
O equipamento em questão é identificado com bandeira exclusiva do Bradesco e possui, inclusive, a leitura biométrica da palma da mão – sistema utilizado apenas pelo Bradesco –, mas o banco reafirma não ter nenhuma responsabilidade sob o equipamento. O Hipermercado que abriga a máquina informou que também não responde pelos caixas eletrônicos, apenas cede o espaço para os mesmos.  
 
“Eu vou até o fim para resolver isso, mas no prejuízo eu não vou ficar. O problema é que naquele dia eu tinha que pagar um título e o dinheiro não saiu todo. A minha pergunta é: quem vai arcar com os juros deste atraso? O Bradesco vai se responsabilizar pelo erro da sua máquina ou o cliente é quem paga o pato?”, questiona, ressaltando que o episódio aconteceu na última sexta-feira e até hoje (ontem) o dinheiro não tinha sido estornado para a sua conta
 
De acordo com o Programa de Orientação e Proteção do Consumidor (Procon), falhas bancárias em transações eletrônicas é bastante comum. Só este ano, o órgão registrou 102 queixas relacionadas ao tema, apenas em Salvador. O número é bem maior, levando em conta as vítimas que não fazem ocorrência.
 
Terceira causa de reclamações
 
Além das 102 reclamações de saques mal sucedidos, o Procon registrou ainda queixa de outras 59 transações eletrônicas não reconhecidas pelos titulares da conta, acendendo o alerta entre as pessoas que confiam na precisão destes equipamentos.
 
Segundo os dados do Procon, as transações eletrônicas representam a terceira causa de reclamações referentes a instituições financeiras, ficando atrás apenas de não cumprimento de contrato e cálculo de juros, respectivamente. 

Ainda segundo o Procon, os saques indevidos ou não concluídos são mais corriqueiros que problemas com nagativação incorreta do nome do consumidor e falhas em ordem de pagamentos e cheques.
 
A Defesa do Consumidor alerta que é obrigação do banco restituir imediatamente o cliente, assim como arcar com os prejuízos ocasionados pelo débito indevido, inclusive não cobrando juros se for o caso da conta ficar descoberta pelo saque não realizado. O não cumprimento é passivo de multa e indenização.
 
O Bradesco foi procurado pela reportagem, mas até o fechamento desta edição não comentou os casos citados.
 
Silvana Blesa REPÓRTER

 

Publicada: 17/04/2012 00:17| Atualizada: 16/04/2012 22:56 

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