Economia - Construção civil recua na oferta de empregos

30/07/2012 10:48

 

O baixo crescimento do PIB e as influências da crise econômica internacional estão afetando a economia baiana com uma desaceleração no ritmo de geração de empregos formais na construção civil. Quem alerta o fato é o coordenador do Observatório do Trabalho do Estado da Bahia, Frederico Fernandes. 


Ele aponta números que atestam a situação. “Somente nos primeiros seis meses de 2011 foram mais de 12 mil empregos gerados. Agora, no primeiro semestre de 2012, foram 5,606 mil empregos. 

Estamos falando de quase 7 mil empregos a menos”, avisa. Ele destaca que o ano de 2010 foi atípico, quando o país teve o melhor crescimento do PIB de sua história. “Naquele ano o PIB brasileiro cresceu 7,5%. Em 2011 com os impactos da crise externa o PIB nacional cresceu 2% e a situação continua delicada em 2012. 

O cenário é ruim para a construção civil. Se levarmos em conta apenas a Região Metropolitana vamos perceber que no primeiro semestre de 2011 foram gerados 5,190 mil empregos no setor contra os atuais 2,008 mil. 
 
No interior foram gerados no  primeiro semestre de 2011 cerca de 6,913 mil empregos contra 2,427 mil de agora e somente a capital Salvador nos primeiros seis meses de 2011 gerou 3,181 mil empregos contra os atuais 3,179 mil”, cita.
 
Fernandes informa que tem observado que 2012 a economia crescerá bem menos que nos anos anteriores em razão do que vem acompanhando, mas que ainda é preciso aguardar os efeitos das mudanças na política econômica nacional e aguardar os desdobramentos das mesmas nos segmentos produtivos. 

“Estamos acompanhando uma retração dos empregos com carteira assinada e isso é fruto da desaceleração na economia que sente o efeito da situação econômica mundial. Se as medidas adotadas surtirem o efeito desejado haverá a retomada no crescimento do número de empregos formais”, pontua. Ele ressalta que a média de piso para o trabalhador qualificado na construção civil é de R$ 1.089,41 na capital e no interior o piso é de R$ 1.018,38.
 
Carência de qualificação
 
E num cenário de crise, a qualificação profissional é um grande diferencial na hora de conseguir uma vaga de trabalho. Segundo a assessoria da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Setre, devem ser qualificados neste ano  4.560 baianos na área da construção civil. Os cursos são de pedreiro, armador, pintor, carpinteiro, entre outros. 

De acordo com a assessoria a qualificação será realizada por meio dos programas Qualifica Bahia, Plano Territorial de Qualificação Profissional e Plano Setorial de Qualificação Profissional. 

A Setre informou que a maior carência por profissionais qualificados está na área de construção civil e cita as atividades de pedreiro e de armador, profissões mais usadas na fase inicial da obra, como grandes déficits. (AN)
 
Insegurança jurídica 
 
A situação do setor da construção civil tende a se agravar ainda mais com o embargo da Lei de Ordenamento Ocupação do Solo (Louos). Em carta aberta, o Fórum Empresarial da Bahia, composto por vinte e duas entidades, descreve o cenário gerado pela insegurança jurídica: milhares de empregos perdidos, bilhões de reais deixando de irrigar a economia e um enorme prejuízo para Salvador.  
 
"Negócios cerram as portas, obras são paralisadas, novos negócios são postergados, novos projetos e construções, adiados", aponta o Fórum, que clama por uma urgente solução da "querela jurídica" travada sobre a Louos entre os poderes Executivo Municipal, Legislativo Municipal, Ministério Público e Judiciário. 
 
 Publicada: 30/07/2012 05:57| Atualizada: 30/07/2012 05:49 

Alessandra Nascimento REPÓRTER

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