Economia - Poupança - Entenda o porquê das mudanças
07/05/2012 12:26
A Caderneta de Poupança é um dos investimentos mais tradicionais entre os brasileiros, possui como principais características: rentabilidade mensal (todos os meses após o aniversário o poupador recebe os juros), liquidez diária (o poupador pode solicitar o seu resgate a qualquer momento), líquida de IR (não existe tributação com imposto de rendasobre os rendimentos da Poupança) e não existe aporte mínimo obrigatório (é possível aplicar qualquer valor).
O retorno da Poupança é de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial de juros – varia constantemente e é anunciada pelo Banco Central do Brasil). Declarou-se uma mudança justamente na rentabilidade da Poupança.
Para aplicações realizadas a partir do dia 04/05/2012 o rendimento acontecerá de duas maneiras: quando a taxa SELIC (taxa básica de juros anunciada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária – COPOM) estiver acima de 8,5% ao ano, os poupadores continuarão recebendo a rentabilidade de 0,5% + TR. Quando a SELIC estiver abaixo dos 8,5%, os poupadores passarão a receber um retorno equivalente a 70% da SELIC. Atualmente SELIC está em 9% ao ano.
Estamos acompanhando desde o ano passado um movimento político e econômico no sentido de reduzir a taxa de juro básica da economia (SELIC), pois o endividamento via Títulos Públicos (aplicação que paga ao investidor uma rentabilidade atrelada a SELIC em um dos seus títulos) estava muito elevado, o que teoricamente, no fluxo de capital do governo, retira dinheiro da saúde, educação, dentre outros, para pagar a dívida pública dos títulos do governo. Como as taxas dos títulos estavam elevadas, o Brasil atraia muito capital especulativo (objetivo de curto prazo) para os títulos do governo, principalmente de investidores estrangeiros.
Diversas medidas foram tomadas nos últimos anos para desestimular este tipo de aplicação nos títulos da dívida pública por parte dos estrangeiros, a exemplo do IOF que deixou as aplicações brasileiras mais caras do que o resto do mundo.
Entretanto, apresentando um nível de juros em 12,5% (“topo” da taxa praticada no ano passado), pagar IOF é pouco para controlar este capital estrangeiro, pois o resto do mundo pratica taxas muito mais baixas do que o Brasil, ou seja, mesmo pagando o IOF, o capital estrangeiro tinha um melhor retorno líquido aqui do que em outros países. A leitura é a mesma para o investidor pessoa física, com uma taxa SELIC a 12,5% praticamente sem risco (já que os Títulos Públicos são considerados os ativos com menor risco no país), a motivação para aplicar em outras alternativas era quase nula. Com a SELIC atual em 9%, para o caso dos fundos de investimentos em DI (atrelados a SELIC), a depender da taxa deadministração, a Poupança já estava rendendo mais do que o fundo e no caso dos Títulos Públicos, qualquer nova baixa já tornaria a Poupança mais atrativa. Isto se deve a tributação de IR inerente a estas aplicações.
O governo acompanhou nos últimos meses uma migração de capital fora da média, inclusive com aportes milionários na Caderneta de investidores que já previam esta composição de redução na SELIC. Com a Poupança rendendo mais dos que os Títulos Públicos, ocorreria uma migração em massa para a Caderneta, ou seja, o governo perderia seus recursos de financiamento da dívida pública.
Este fenômeno prejudicaria bastante a gestão da dívida pública brasileira. O que restou a fazer? Atrelar a rentabilidade da Poupança na taxa SELIC (mesma taxa de um dos principais títulos da dívida pública), fazendo com que seja mais rentável manter os investimentos nos Títulos Públicos já que a Poupança deixou de ter uma rentabilidade fixa e agora varia junto com a taxa de juros.
Depois das declarações realizadas na última quinta-feira pelo nosso Ministro da Fazenda, Guido Mantega, a respeito das mudanças aplicadas para a Caderneta de Poupança, percebi que o assunto não ficou claro para muitos investidores. Você sabe o que mudou, porque e o que causará de impacto nos seus investimentos?
A Caderneta de Poupança é um dos investimentos mais tradicionais entre os brasileiros, possui como principais características: rentabilidade mensal (todos os meses após o aniversário o poupador recebe os juros), liquidez diária (o poupador pode solicitar o seu resgate a qualquer momento), líquida de IR (não existe tributação com imposto de rendasobre os rendimentos da Poupança) e não existe aporte mínimo obrigatório (é possível aplicar qualquer valor).
O retorno da Poupança é de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial de juros – varia constantemente e é anunciada pelo Banco Central do Brasil). Declarou-se uma mudança justamente na rentabilidade da Poupança.
Para aplicações realizadas a partir do dia 04/05/2012 o rendimento acontecerá de duas maneiras: quando a taxa SELIC (taxa básica de juros anunciada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária – COPOM) estiver acima de 8,5% ao ano, os poupadores continuarão recebendo a rentabilidade de 0,5% + TR. Quando a SELIC estiver abaixo dos 8,5%, os poupadores passarão a receber um retorno equivalente a 70% da SELIC. Atualmente SELIC está em 9% ao ano.
Mas, se a SELIC está a 9%, por que esta medida foi anunciada? A resposta é simples: porque o governo está em uma marcha contra a taxa de juros desde o ano passado e provavelmente já teremos este ano uma SELIC abaixo dos 8,5%.
Diversas medidas foram tomadas nos últimos anos para desestimular este tipo de aplicação nos títulos da dívida pública por parte dos estrangeiros, a exemplo do IOF que deixou as aplicações brasileiras mais caras do que o resto do mundo.
Este fenômeno prejudicaria bastante a gestão da dívida pública brasileira. O que restou a fazer? Atrelar a rentabilidade da Poupança na taxa SELIC (mesma taxa de um dos principais títulos da dívida pública), fazendo com que seja mais rentável manter os investimentos nos Títulos Públicos já que a Poupança deixou de ter uma rentabilidade fixa e agora varia junto com a taxa de juros.
O poupador que tinha recursos na poupança até o dia 03/05/2012 não sofrerá mudanças para o recurso já alocado. Os novos recursos, a partir do dia 04/05/2012, já entrarão no novo modelo de 70% da SELIC quando esta estiver abaixo dos 8,5% ao ano (mesmo que no momento do aporte ela esteja acima). Vale destacar que se a SELIC cair e depois voltar para patamares acima de 8,5%, o retorno da Poupança volta a ser de 0,5 + TR ao mês. Outro detalhe importante é que na hora de resgatar, o poupador poderá escolher se quer resgatar recursos no modelo antigo ou do modelo novo (quando aplicável, ou seja, SELIC abaixo de 8,5% ao ano).
Quando a SELIC estiver abaixo de 8,5% ao ano, valerá mais a pena para o aplicador resgatar o capital atrelado ao modelo novo já que o vinculado ao modelo antigo estará rendendo mais que 70% da SELIC. Não sabemos se novas mudanças virão, afinal não é nenhuma novidade o governo mexer na Caderneta de Poupança, o que está claro é que cada vez mais o investidor brasileiro terá que buscar se informar e manter especialistas ao seu lado para rentabilizar melhor o seu capital.
Em breve chegaremos às configurações de economia de países desenvolvidos, com taxas de juros muito baixas e aplicações de renda fixa que não rendem praticamente nada. Você está preparado para este momento? Se a resposta for não, é hora de começar, pois este é um futuro que me parece inevitável para o Brasil.
Quando a SELIC estiver abaixo de 8,5% ao ano, valerá mais a pena para o aplicador resgatar o capital atrelado ao modelo novo já que o vinculado ao modelo antigo estará rendendo mais que 70% da SELIC. Não sabemos se novas mudanças virão, afinal não é nenhuma novidade o governo mexer na Caderneta de Poupança, o que está claro é que cada vez mais o investidor brasileiro terá que buscar se informar e manter especialistas ao seu lado para rentabilizar melhor o seu capital.
Em breve chegaremos às configurações de economia de países desenvolvidos, com taxas de juros muito baixas e aplicações de renda fixa que não rendem praticamente nada. Você está preparado para este momento? Se a resposta for não, é hora de começar, pois este é um futuro que me parece inevitável para o Brasil.
Rafael Bastos
Publicada: 07/05/2012 01:02| Atualizada: 07/05/2012 00:49
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