Guias e Monitores do Carnaval promovem inclusão de turistas portadores de deficiência auditiva na folia

19/02/2012 10:53

 

Quando foi informada que iria supervisionar uma equipe de 10 monitores composta de um intérprete de libras e um portador de deficiência auditiva, Daniela Matos, acreditava que se tratasse de um luxo. Mas no dia a dia do plantão no posto de atendimento do aeroporto de Salvador, ela se surpreendeu com a demanda do serviço.

“A minha impressão é que as pessoas com necessidades especiais estão aparecendo mais, antigamente era raro encontrá-las nos lugares públicos”, comparou.

A mesma constatação foi feita pelo supervisor da equipe que atua no aeroporto, Ezequiel Torres. “Eu não imaginava que havia uma demanda tão grande para este público. Para minha surpresa, os guias e monitores fluentes na língua de sinais prestam um serviço indispensável no carnaval”.

Tirar a pessoa com deficiência do processo de invisibilidade social foi um dos objetivos que levou o programa Guias e Monitores do Carnaval a contratar, desde o ano passado, quatro profissionais fluentes em Libras – a Língua Brasileira de Sinais. Em 2012 o programa foi ampliado e aprimorado: conta com seis intérpretes falantes e outros seis surdos. E além das Libras, o projeto incorporou pessoas fluentes em línguas de sinais internacionais.

É o caso de Gustavo Gusmão, 22, que é portador de deficiência auditiva e fluente em Libras, Língua Americana de Sinais (ASL) e Gestuno, a língua universal de sinais. Pela primeira vez no projeto, ele trabalha pela manhã no aeroporto, em parceria com a intérprete Cíntia Santos, professora da escola bilíngüe Aesus, que fica no Imbuí. “Ano passado eu trabalhei em cima do trio do Olodum, interpretando as músicas deles. Foi emocionante ver a alegria dos foliões surdos que do chão gesticulavam pra mim que alguém tinha se lembrado deles”, conta Cíntia.

Segundo Gustavo Gusmão, embora não ouçam os surdos gostam do Carnaval para sentir o trepidar dos trios elétricos. “O Carnaval é um espaço de socialização, e nós queremos ter o direito de frequentar estes espaços”, explica Gusmão, cuja mulher, Priscila Alencar Ferreira, 24, também é surda e atende como monitora na rodoviária de Salvador em parceria com a intérprete Vanderlita Gomes, 36.

Publicada: 18/02/2012 17:58| Atualizada: 18/02/2012 17:47

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