Política - Leão rebate governo e defende operação do metrô
O deputado federal João Leão (PP) quebrou o silêncio ontem e, em entrevista exclusiva à Tribuna, falou sobre os últimos acontecimentos envolvendo o metrô de Salvador, cuja previsão do prefeito João Henrique (PP) é de entrar em funcionamento até junho.
Considerado o responsável pelas ações finais do percurso de seis quilômetros que ligará a Lapa à Rótula do Abacaxi (Acesso Norte), Leão disse que não podia deixar de responder as declarações do governador Jaques Wagner (PT) e da ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Em entrevista na última segunda (11), Wagner voltou a dizer que defende o funcionamento do metrô, “pelo menos”, com o percurso completo, que terá 12 quilômetros até Pirajá. A ministra afirmou que, por ora, o entendimento do governo federal é o de que o metrô só opere junto com o da Paralela, anunciado pelo governo do estado.
“Isso é um absurdo. O metrô está pronto para andar, só falta implantar a bilhetagem. É exclusivamente o que falta. Conseguimos colocar nos cofres da CTS (Companhia de Trens de Salvador) mais de R$ 230 milhões no último ano para finalizar o metrô. Deixar o metrô pronto sem funcionar para esperar o da Paralela, lá para 2017, será uma frustração para a população. Falta de responsabilidade é deixar um equipamento dessa magnitude parado, exposto ao tempo por mais quatro anos”, disparou.
O ex-chefe da Casa Civil e pré-candidato a prefeito de Salvador (com as bênçãos de João Henrique) minimizou os comentários dos governistas de que a medida do prefeito tenha cunho eleitoral em seu favor. “Não tem nada disso. O objetivo de João Henrique e o meu é botar o metrô para servir aos donos dele, que são os cidadãos de Salvador. Queremos beneficiar apenas a população soteropolitana”.
“Essas negociações entre o município e a União nunca pararam, seguindo cronograma da obra, desde que foi retomada em 2009. Na ocasião, a Prefeitura garantiu fazer o metrô entrar em testes em dezembro de 2011, e assim tem sido. O governo federal jamais se manifestou contra.
Assim tem sido também com o governo do estado, no que resultou, recentemente, na assinatura do Pacto da Mobilidade”.
Para ele, o sistema estará atendendo plenamente quando estiver contando com a linha 2, que ligará o aeroporto à Avenida Bonocô. “Por isso é importante ressaltar a necessidade de conclusão e entrega dessa primeira etapa, ainda nesse primeiro semestre de 2012.
O custo operacional do metrô, hoje, está na ordem de R$2,5 milhões/mês aportados pela própria prefeitura. O prejuízo de um empreendimento como é o metrô, parado, já com tudo pronto e equipamentos caros testados, seria irreparável, não somente sob ponto de vista material, mas sobretudo social”, avalia José Mattos.
Romulo Faro REPÓRTER
Publicada: 12/04/2012 00:27| Atualizada: 11/04/2012 23:32
Leia mais em www.tribunadabahia.com.br