Preço dos imóveis subirá menos este ano
29/02/2012 11:24
O Índice Nacional da Construção (INCC) subiu 7,84% nos últimos 12 meses encerrados em novembro de 2011. Entre os seus três componentes, a principal elevação foi registrada entre os custos de mão de obra, que cresceram 11,39% no período.
Os ganhos salariais, bem como o reajuste do preço dos insumos e também da mão de obra, ainda estão em alta. Basta olhar para o movimento dos sindicatos e de centrais sindicais em busca de piso salarial nacional. Tendo como origem as obras dos estádios que estão sendo construídos para Copa do Mundo de 2014, esse reajuste vai se espalhar por todo setor da construção civil, incluso o mercado imobiliário.
A valorização dos imóveis foi impulsionada pelo crescimento do poder aquisitivo e da demanda da população, à medida que mais brasileiros deixavam a pobreza para ingressar na classe média, com melhores níveis de emprego e renda. Acrescente a isso o fato dos custos das construções terem subido em função da falta de mão de obra, o que acarretou a contratação em massa de operários sem qualificação e de baixa produtividade, resultando em desperdício de tempo e de material e consequentemente no atraso na entrega dos imóveis. Uma situação vivida aqui na Bahia por conta do boom imobiliário.
As empresas do mercado por certo terão, a partir de agora, metas mais modesta para bancar a expansão dos negócios e devem ficar mais seletivas em relação aos empreendimentos que vão oferecer ao mercado, sempre de olho a fixar um melhor controle de custos, que subiram de maneira vertiginosa, e impulsionaram o preço dos terrenos.
A subida do preço dos imóveis residenciais será menor do que a registrada no ano passado, pelo menos ficará mais comportada, frente ao panorama atual, devido à desaceleração da economia, com impacto expressivo no consumo.
Empresários da construção civil e analistas do mercado afirmam que o preço da moradia nas principais capitais do País já atingiu um nível compatível com os novos padrões da economia brasileira.
A estimativa para 2012 é que, ao invés de disparar 27%, como em 2011, os preços médios das habitações subam em um ritmo um pouco acima da inflação, em torno de 10% ao ano.
Outro fator que impulsionou o valor dos imóveis foram as pesadas inversões de capital dos investidores, que agora vão começar a operar esses investimentos e obter os ganhos. A expectativa é de boa rentabilidade.
A tendência é não deixar escapar a margem de ga-nho, concentrando todo o esforço na atuação em nichos de mercado onde tenham mais experiência e a rentabilidade do negócio seja atrativa. Nesse sentido, este ano não será de grande impulso para as construções populares.
O mercado de classe média, a fatia de luxo e os imóveis econômicos voltados para a classe ascendente estarão na mira dos incorporadores.
Com a disponibilidade de crédito, tanto pelos bancos oficiais, Caixa e Banco do Brasil, e mais a imensa rede privada de instituições financeiras, o consumidor terá poder de compra suficiente para alimentar a indústria imobiliária, sem que se estabeleçam distorções, principalmente porque os juros básicos da economia brasileira (Selic) estão em queda e devem chegar a um dígito este ano.
Luiz Augusto Amoedo
Publicada: 29/02/2012 01:18| Atualizada: 28/02/2012 23:42
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