Salvador - MPT apresenta proposta para romper impasse entre empresários e rodoviários

O Ministério Público do Trabalho (MPT) apresentou uma proposta para tentar romper o impasse que se instalou nas negociações entre empresas de ônibus urbanos de Salvador e os rodoviários. Depois de 11 rodadas de negociações sem avanços, patrões e empregados foram convocados para uma reunião de mediação na sede do MPT (Corredor da Vitória) na manhã desta sexta-feira (18). Uma nova reunião de mediação está marcada para segunda-feira (21), às 9h no mesmo local.

Como o patronato não havia apresentado uma contraproposta à pauta de reivindicações dos trabalhadores, os procuradores que mediaram o encontro decidiram apresentar uma sugestão. “Detectamos que a negociação estava emperrada, sem a discussão de nenhum dos itens da pauta, e por isso optamos por propor um acordo que fosse razoável, a partir do que foi pedido pelos trabalhadores”, explicou o procurador Pedro Lino de Carvalho Júnior, que mediou a negociação junto com o procurador Rômulo Almeida.

A proposta apresentada pelo MPT se resume aos itens mais sensíveis da pauta apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado da Bahia. Um deles é a volta do pagamento do quinquênio, benefício que os rodoviários tinham em acordos anteriores, mas que foi suprimido em um dissídio coletivo. Também foi proposto o reajuste salarial da categoria calculado com base no índice de inflação medido pelo Dieese mais 3% de ganho real. Além disso, as empresas passariam a fornecer 30 tíquetes alimentação, com valor de R$ 12, e mediante desconto de 20% do valor no salário. Hoje são fornecidos 26 tíquetes de R$ 10,70.

Tanto o assessor do Sindicato das Empresas de Transporte Público de Salvador (Setps), Jorge Castro, quanto o presidente do sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, saíram da reunião esperançosos e mais confiantes na possibilidade de acordo. Os trabalhadores já decretaram a greve para a 0h da próxima quarta-feira (23). Eles fazem nova assembleia na terça (22), mas antes voltam a negociar na sede do MPT.