Um ano e meio após derrubadas das barracas, praias continuam abandonadas

26/02/2012 13:47

 

A derrubada de aproximadamente 350 barracas de praia de Salvador, ocorrida em agosto de 2010, completou este mês um ano e meio, e mesmo assim ainda não há uma definição por parte do Judiciário de qual modelo deve ser adotado. Os entraves jurídicos da questão foram abordados pelo prefeito João Henrique, em entrevista publicada por esta Tribuna na edição de ontem. Na praia, os comerciantes – agora instalados em toldos e acondicionando as bebidas no isopor – reclamam de queda no movimento de 100% em comparação ao verão passado, onde na média os ex-barraqueiros tiravam uma média de R$ 500. Sem uma definição jurídica em Salvador, o problema pode ser ampliado em Lauro de Freitas, nas áreas de Buraquinho e Vilas do Atlântico.

“Estou vivendo por conta da patroa, que trabalha”, afirmou o barraqueiro da praia de Jardim de Alah, Franscisco Haroldo Ferreira, que contabiliza ter retirado no máximo R$ 2.000 durante toda a temporada de verão. A receita dá um ganho médio mensal de R$ 660, quase os R$ 620 do salário mínimo. A falta de banheiros é outro problema, como confirma o surfista e estudante universitário, que se deparou com um chuveiro sem funcionar. “Tá precário. Sem falar nas barracas e na falta de uma cervejinha gelada”, Ricardo Almeida. Quando da derrubada, a prefeitura de Salvador enviou um projeto para o juiz da 5ª Vara da Justiça Federal, Carlos D’Ávila, que ainda não se pronunciou de público.

Segundo uma fonte no Executivo municipal que pede para não ser identificada, a proposta foi recusada pelo Judiciário, que nomeou uma comissão de profissionais notáveis no urbanismo para desenhar as novas barracas, mas este modelo ainda não foi anunciado. Na entrevista a esta TB, o prefeito fez um desabafo dos entraves jurídicos e burocráticos que os sete anos de sua gestão enfrentaram. “Barracas de praia a Justiça Federal mandou dizimar, foram derrubadas”, lamentou João Henrique. “Quando a gente quer trazer o bonito para Salvador, as forças do atraso não querem o bonito em Salvador! Para quê? Para continarem dizendo que Salvador é feia, que Salvador não tem uma orla bonita”, disse.

Lauro de Freitas - No vizinho município de Lauro de Freitas a situação está um pouco melhor, mas a situação pode piorar. Em abril, por meio da prefeitura de Salvador e em cumprimento a mandado judicial, foram demolidas as 35 unidades da praia de Ipitanga. Além de recorrer da decisão, a prefeitura instalou 22 permissionários num local próximo. Porém, a Advocacia Geral da União ingressou pela derrubada de cerca de 20 barracas de Vilas do Atlântico e Buraquinho. “Quem vai para a praia quer sentar na areia e mergulhar no mar”, afirmou a dona de casa Adriana Neves, de Camaçari. Segundo a Secretaria de Comunicação de Lauro, uma liminar conseguida pela procuradoria do Município mantém as barracas de pé. A prefeita Moema Gramacho espera um aval da Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado para a solução definitiva em Ipitanga e o anúncio do Projeto Orla, do governo federal, para as áreas de Vilas e Buraquinho.

Publicada: 26/02/2012 07:22| Atualizada: 26/02/2012 07:21

Adriano Villela

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